Fechado por tempo indeterminado!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Fechado! : (

Queridos, o blog será fechado por tempo indeterminado. : (
Infelizmente, meu tempo anda muito curto... Apesar de entrar de férias agora, estou trabalhando, estudando (ainda) para fazer um concurso público e ainda tenho outras atividades por ai. Rss...
Peço desculpas... Mas o fechamento deste blog não significa que meu amor pela Literatura se esvaiu. Ao contrário! Isso jamais acontecerá.
Gostaria de fazer um agradecimento especial para minha professora Edna, tanto pelas aulas maravilhosas de Literatura, que me faz viajar no tempo, quanto pelo apoio que me deu para formar o blog.
Aliás, se não fosse a maravilhosa iniciativa dela, esta página não teria sido criada. É lastimável que tão poucas pessoas se interessem pelos livros.
Sentirei sua falta nas férias, professora! Mas acho que a senhora não sentirá tanta falta da 65-E. Rss...
Um grande abraço a todos que comentaram, visitaram e também apoiaram!
Até algum dia... ; )

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Parte 2 de 3 - Especial Machado de Assis

Oi! =)

Antes de mais nada, peço desculpas pelo pequeno sumiço; tive um probleminha, pois o que preparei sobre Machado para postar aqui, ficou em um outro computador, e o mesmo não se encontra em minha casa. Rss...

Bom, o que importa é que voltei com a 2ª parte do "especial Machado de Assis". Espero que gostem de saber mais um pouco sobre a vida desse grande (acho que esse não seria o melhor termo para designá-lo, pois é muito pouco para tal talento) autor da nossa Literatura.


Um enorme abraço!

E muito obrigada pelos comentários no post anterior... Espero conseguir muitos outros!

Fiquem com Deus!



Biografia Machado de Assis (Parte 2 de 3)


Em 1858 volta à Livraria Paula Brito, como revisor e colaborador da Marmota, e ali integra-se à sociedade lítero-humorística Petalógica, fundada por Paula Brito. Lá constrói o seu círculo de amigos, do qual faziam parte Joaquim Manoel de Macedo, Manoel Antônio de Almeida, José de Alencar e Gonçalves Dias.Começa a publicar obras românticas e, em 1859, era revisor e colaborava com o jornal Correio Mercantil. Em 1860, a convite de Quintino Bocaiúva, passa a fazer parte da redação do jornal Diário do Rio de Janeiro. Além desse, escrevia também para a revista O Espelho (como crítico teatral, inicialmente), A Semana Ilustrada(onde, além do nome, usava o pseudônimo de Dr. Semana) e Jornal das Famílias. Seu primeiro livro foi impresso em 1861, com o título Queda que as mulheres têm para os tolos, onde aparece como tradutor. No ano de 1862 era censor teatral, cargo que não rendia qualquer remuneração, mas o possibilitava a ter acesso livre aos teatros. Nessa época, passa a colaborar em O Futuro, órgão sob a direção do irmão de sua futura esposa, Faustino Xavier de Novais. Publica seu primeiro livro de poesias em 1864, sob o título de Crisálidas. Em 1867, é nomeado ajudante do diretor de publicação do Diário Oficial.Agosto de 1869 marca a data da morte de seu amigo Faustino Xavier de Novais, e, menos de três meses depois, em 12 de novembro de 1869, casa-se com Carolina Augusta Xavier de Novais.Nessa época, o escritor era um típico homem de letras brasileiro bem sucedido, confortavelmente amparado por um cargo público e por um casamento feliz que durou 35 anos. D. Carolina, mulher culta, apresenta Machado aos clássicos portugueses e a vários autores da língua inglesa.Sua união foi feliz, mas sem filhos. A morte de sua esposa, em 1904, é uma sentida perda, tendo o marido dedicado à falecida o soneto Carolina, que a celebrizou. Seu primeiro romance, Ressurreição, foi publicado em 1872. Com a nomeação para o cargo de primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, estabiliza-se na carreira burocrática que seria o seu principal meio de subsistência durante toda sua vida. No O Globo de então (1874), jornal de Quintino Bocaiúva, começa a publicar em folhetins o romance A mão e a luva. Escreveu crônicas, contos, poesias e romances para as revistas O Cruzeiro, A Estação e Revista Brasileira. Sua primeira peça teatral é encenada no Imperial Teatro Dom Pedro II em junho de 1880, escrita especialmente para a comemoração do tricentenário de Camões, em festividades programadas pelo Real Gabinete Português de Leitura. Na Gazeta de Notícias, no período de 1881 a 1897, publica aquelas que foram consideradas suas melhores crônicas.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Início do especial Machado de Assis

Olá! Espero que estejam todos na paz...
Bom, resolvi dar uma pequena modificada no blog, pois este ano estamos comemorando o centenário da morte do autor mais importante e brilhante da Literatura brasileira: Machado de Assis.
Serão de três a quatro postagens dedicadas somente a ele, e depois, pretendo colocar um pouco sobre outros autores também importantes da nossa Literatura.
Um abraço carinhoso e um obrigada especial à profª Edna. Adorei o comentário e fico lisonjeada... #)
Beijos a todos e espero que gostem do que preparei!
Jéssica Soares.
Biografia Machado de Assis (Parte 1 de 3)
Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que freqüentará o autodidata Machado de Assis.
De saúde frágil, epilético, gago, sabe-se pouco de sua infância e início da juventude. Criado no morro do Livramento, consta que ajudava a missa na igreja da Lampadosa. Com a morte do pai, em 1851, Maria Inês, à época morando em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com professores e alunos e é até provável que assistisse às aulas nas ocasiões em que não estava trabalhando.
Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender. Consta que, em São Cristóvão, conheceu uma senhora francesa, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de Francês. Contava, também, com a proteção da madrinha D. Maria José de Mendonça Barroso, viúva do Brigadeiro e Senador do Império Bento Barroso Pereira, proprietária da Quinta do Livramento, onde foram agregados seus pais.
Aos 16 anos, publica em 12-01-1855 seu primeiro trabalho literário, o poema "Ela", na revista Marmota Fluminense, de Francisco de Paula Brito. A Livraria Paula Brito acolhia novos talentos da época, tendo publicado o citado poema e feito de Machado de Assis seu colaborador efetivo.
Com 17 anos, consegue emprego como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, e começa a escrever durante o tempo livre. Conhece o então diretor do órgão, Manuel Antônio de Almeida, autor de Memórias de um sargento de milícias, que se torna seu protetor.

domingo, 21 de setembro de 2008

Capítulo X - Memórias de um sargento de milícias

Olá!
Atendendo à sugestão da minha amiga Naara, resolvi colocar aqui mais um trecho da obra mais famosa de Manuel Antônio de Almeida. =)
Logo no início deste trecho podemos perceber a interação direta com o leitor.
Bom, gostaria de aproveitar a oportunidade e agradecer mais uma vez aos comentários construtivos que venho recebendo aqui no blog. Fico muito feliz! E gostaria de agradecer também à professora Edna Malta, que foi a pessoa que impulsionou este trabalho, o qual hoje muito me orgulho. Professora, espero que melhore logo! Tenho saudade de suas aulas.
Mil beijos aos meus queridos leitores! E divirtam-se...
Jéssica Soares
Capítulo X
Dadas as explicações do capitulo precedente, voltemos ao nosso memorando, de quem por um pouco nos esquecemos. Apressemo-nos a dar ao leitor uma boa noticia: o menino desempacara do F, e já se achava no P, onde por uma infelicidade empacou de novo. O padrinho anda contentíssimo com este progresso, e vê clarear-se o horizonte de suas esperanças; declara positivamente que nunca viu menino de melhor memória do que o afilhado, e cada lição que este da sabida de quatro em quatro dias pelo menos e para ele um triunfo. Há porem uma coisa que o entristece no meio de tudo: o menino tem para a reza, e em geral para tudo quanto diz respeito a religião, uma aversão decidida; não e capaz de fazer o pelo-sinal da esquerda para a direita fá-lo sempre da direita para a esquerda, e não foi possível ao padrinho, apesar de toda a paciência e boa vontade, fazê-lo repetir de cor sem errar ao menos a metade do padre-nosso; em vez de dizer "venha a nos o vosso reino" diz sempre "venha a nos o pão nosso". Ir a missa ou ao sermão e para ele o maior de todos os suplícios, isto faz que o padrinho desespere as vezes, e ate chegue a concordar com a comadre em que o menino não tem jeito para clérigo; porem são nuvens passageiras; sempre há isto ou aquilo que faz renascer todas as esperanças; e o homem caminha animado na sua obra.
O que ele porem esperava não esperavam todos, e ninguém via no menino senão um futuro peralta da primeira grandeza; quem mais contava com isso era a vizinha do barbeiro, aquela a quem ele chamava o agouro do pequeno. Era a tal vizinha uma dessas mulheres que se chamam de faca e calhau, valentona, presunçosa, e que se gabava de não ter papas na língua: era viúva, e importunava a todo o mundo com as virtudes do seu defunto. Serrazina e amiga de contrariar, não perdia ocasião de desmentir o vizinho em suas esperanças a respeito do afilhado, declarando que não lhe via jeito para coisa nenhuma, que não queria para coisa que lhe pertencesse o fim que ele havia de ter, e que quando ele crescesse o melhor remédio era dar-lhe com os ossos a bordo de um navio ou por-lhe o côvado e meio às costas. O barbeiro desesperava com isso; por muito tempo conseguiu conter-se, porém um dia não pôde mais, e disparatou com a sujeita. Chegando por acaso à porta da loja, a vizinha que estava à janela disse-lhe em tom de zombaria:
— Então, vizinho, como vai o seu reverendo?
Um velho que morava defronte, e que também se achava à janela, desatou a rir com a pergunta.
O compadre foi às nuvens, avermelhou-se-lhe a calva, franziu a testa, porém fez que não tinha ouvido. A vizinha pôs-se também a rir, percebendo o cavaco, e acrescentou
— Padre amigo do fado... tem que ver... Quando vai ele outra vez à casa dos ciganos?
O velho defronte redobrou a risada. A vizinha continuou:
— Então ele já encarrilha o padre-nosso?
O compadre exasperou-se completamente; e estudando uma injúria bem grande para responder, disse afinal:
— Já... já... senhora intrometida com a vida alheia... já sabe o padre-nosso, e eu o faço rezar todas as noites um pelo seu defunto marido que está a esta hora dando coices no inferno!...
— Hein?... o que é que você diz, senhor raspa-barbas? você mete terceiros na conversa? disse a vizinha encrespando-se; olhe que esse de quem você fala nunca foi sangrador, nem viveu de aparas de cabelos... Não se meta comigo que hei de lhe dizer das últimas e pôr-lhe os podres na rua... Coices no inferno!!! ora dá-se? um santo homem... Coices no inferno... Pois agora saiba, porque eu cá não tenho papas na língua, que o tal seu afilhado das dúzias é um pedaço de um malcriadão muito grande, que há de desonrar as barbas de quem o criou... E não tem que ver, porque ele é de má raça... já ouviu? não se meta comigo...
— E você, respondeu o compadre enquanto a vizinha tomava fôlego, por que se mete com o que não é da sua repartição?
Ela prosseguiu:
— Hei de me meter; não é da sua conta, nem venha cá dar regras, que eu não preciso de você...
— Mas o que tem você que entender com uma criança inocente que nunca lhe fez mal?...
— Tenho muito, porque não me deixa parar os telhados com pedras, faz-me caretas quando me vê na janela, e trata-me como se eu fosse alguma saloia ou mulher de barbeiro... Digo-lhe e repito-lhe... aquilo tem maus bofes, e não há de ter bom fim...
— Está bom, senhora, respondeu o compadre que tinha bom gênio, e que só fora levado àquele excesso pelo amor do afilhado; basta de rezingas, olhe a vizinhança.
— Ora, tomara a vizinhança ver-se livre do tal diabo...
O menino chegou nessa ocasião à porta, e pondo-se na ponta dos pés, esticando o pescoço, e abanando-o como a vizinha e imitando-lhe a voz, repetiu:
— Ver-se livre do tal diabo...
O compadre achou tanta graça, que deu-se por vingado, e desatou a rir por seu turno.
— Ah! disse a vizinha, agradece a boa vontade, meu diabo em figura de menino; tu não tens a culpa; a culpa tem quem te dá ousadias.
— A culpa tem quem te dá ousadias... repetiu o menino arremedando.
O compadre ria-se a perder.
A vizinha desesperada bateu com o postigo e recolheu-se, porém por muito tempo falou em voz alta, de maneira que toda a vizinhança ouvia, dizendo quanto impropério lhe veio à cabeça contra o barbeiro e o menino.
— O pequeno encheu-me as medidas, disse este consigo, vingou-me desta; agora falta-me aquele velho de defronte que também a acompanhou na risota; mas não faltará ocasião.
Esqueceu-nos dizer que o barbeiro, apesar de ter sabido, pouco se importara com a prisão do Leonardo, e referindo-se à causa da infelicidade deste, dissera apenas:
— É bem feito, para ele não se deixar arrastar para toda parte agarrado em quanto rabo-de-saia lhe aparece.
Nem foi à cadeia visitá-lo, nem levar-lhe o filho para tomar a bênção, o que a comadre muito reprovou quando soube.
O velho tenente-coronel, depois de ter posto na rua o Leonardo, informado miudamente, como sabe o leitor, pela comadre do destino da Maria, decidiu tomar o menino sob sua proteção, e acreditou que, se conseguisse felicitá-lo, lavaria seu filho do pecado de ter desonrado a Maria. Por intermédio da comadre mandou oferecer ao compadre seu préstimo em favor do pequeno, mandou-lhe propor até que o deixasse ir para a sua companhia. O compadre porém não esteve por isso de modo nenhum, e até se prometeu aceitar para qualquer outra coisa a proteção do tenente-coronel foi a instâncias da comadre.
— Não quero, dizia ele, que me roubem o gosto de tê-lo feito gente; comecei a minha obra, hei de acabá-la.
— Homem, retorquira-lhe a comadre, você faz mal; olhe que o velho é homem de representação; veja como ele com duas voltas e meia pôs o Leonardo na rua.
— Nada, não hei de dar o gostinho aqui a esta súcia da vizinhança; hei de eu mesmo fazer a coisa por minhas mãos. Lá se o tenente-coronel quiser fazer alguma coisa por ele, aceito; mas quanto a tirá-lo da minha companhia, isso nunca. Agora já é birra; hei de levar a minha avante.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Um pouco sobre o Romantismo

Oi!
Hoje começo o post com o meu agradecimento a todos que comentaram aqui! É uma grande felicidade ver que o blog está agradando. xD
Vou postar algo diferente. Resolvi trazer um resumo sobre o Romantismo para que possam saber um pouco mais sobre a época em que viveu o nosso querido Manuel Antônio de Almeida.
Espero que gostem e se divirtam!
Beijos e até mais!
Jéssica Soares
Romantismo

O período romântico no Brasil coincide com o processo de nossa Independência. Havia uma preocupação de se criar uma consciência nacional. Inicia por volta de 1836 e cria um novo público, pois torna-se mais popular. A literatura sai do campo para a cidade, mas é preciso lembrar que ainda assim continua sendo para uma elite. O público leitor é composto principalmente por mulheres (da elite) e estudantes. Surge o romance e o teatro ganha um novo impulso. As características básicas do Romantismo podem ser vistas sob os aspectos do conteúdo e da forma. Quanto ao conteúdo havia o predomínio do nacionalismo (exaltação da natureza pátria, retorno ao passado histórico e na criação do herói nacional - que no Brasil era o índio) e do sentimentalismo (valorização dos sentimentos e das emoções pessoais - subjetivismo). No Romantismo, o poeta se coloca como o centro do universo e com isso há um choque entre a realidade e a sua visão de um mundo ideal. Aparece, então, o tédio e a frustração e em seqüência uma tentativa de fuga da realidade: a busca da morte. Quanto à forma, a literatura romântica se apresenta desvinculada dos padrões e normas estéticas do Classicismo. A poesia romântica se caracteriza pelo verso livre (sem métrica e sem estrofação) e o verso branco (sem rima). Em 1881 podemos considerar o fim do Romantismo quando surgem os primeiros romances de tendências naturalista e realista. Os principais autores do Romantismo foram: Gonçalves Dias, José de Alencar, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Castro Alves, Bernardo Guimarães e Manuel Antônio de Almeida.



sábado, 30 de agosto de 2008

Pequena biografia...

Olá!

Desculpem mais uma vez pelo sumiço... Mas eu não esqueci do blog não, ta?

Bom, trouxe mais um pequeno trecho sobre a vida do Manuel.

Em breve pretendo colocar aqui um pouco de cada autor do Romantismo.

Beijos, curtam e até a próxima! ^^


Manuel Antônio de Almeida


Escritor romântico de transição para o Realismo, Manuel Antônio de Almeida (1831-1861) se formou em Medicina mas era jornalista por excelência. Um de seus empregos antes do jornalismo foi assistente de tipógrafo. Só escreveu uma obra, que foi em vida assinada anonimamente por ele apenas como "Um Brasileiro". Este pseudônimo indicava que ele possivelmente não continuaria a carreira literária. Morreu tragicamente aos 30 anos de idade, no naufrágio do navio Hermes, enquanto fazia campanha para deputação federal. Seguem algumas passagens desta obra, Memórias de um sargento de milícias.


"O compadre compreendeu tudo: viu que o Leonardo abandonava o filho, uma vez que a mãe o tinha abandonado, e fez um gesto como quem queria dizer: - Está bom, já agora... Vá; ficaremos com uma carga às costas." Memórias de um Sargento de Milícias


"Passado o tempo indispensável de luto, o Leonardo, em uniforme de Sargento de Milícias, recebeu-se na Sé com Luisinha, assistindo à cerimônia a família em peso." Memórias de um Sargento de Milícias

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

O narrador da história "Memórias de um sargento de milícias"

Oi pessoal!
Desculpem pela "sumida"... É que o tempo é curto. A escola exige muito da gente.
Bom, mas o que importa é que estou de volta e com mais curiosidades para vcs.
Espero que continuem visitando e comentando.
Obrigada a todos pelos comentários!
E lembrem-se que estes serão sempre bem-vindos...
Beijos! E até a próxima... ;)
O narrador

Algumas marcas da “excentricidade” devem ser assinaladas: O narrador é neutro e mantém-se eqüidistante, como um observador curioso, divertido e, algumas vezes, intrometido. Não há a tensão bem X mal, ninguém é herói, nem vilão; é um “romance sem culpa”, sem dramas morais. As camadas populares são privilegiadas e, apesar de seus apertos e infortúnios, ninguém trabalha.
É uma malandragem meio idílica, que escamoteia as diferenças sociais extremas. São omitidos tanto o trabalho escravo, ainda sustentáculo da produção, como a elite cortesã e burguesa.
O tom humorístico substitui o sentimentalismo e o ufanismo; o realismo ingênuo, espontâneo (não-programático), registra cenas vulgares,
nada poéticas.
A linguagem é coerente com o seu objetivo: norma culta, em estilo jornalístico, prosaico, sem afetações. Nos diálogos, incorpora, algumas vezes, o registro coloquial do falar da época, eivado de lusitanismos, solecismos e outras “anomalias”.
É um anti-herói, malandro, oportunista, que se aproxima do pícaro espanhol pela bastardia, pela ausência de uma linha “ética” de conduta, mas, diferentemente do pícaro espanhol, não é ele, Leonardo, quem relata suas peripécias. Além disso, não chega a ser um “excluído”: nunca trabalhou, teve sempre o amparo do Barbeiro, da Comadre e de outros e, por fim, também se arranja, e muito bem, com status” de sargento e cinco heranças no bolso. É um genuíno malandro que deu certo.